Câncer colorretal é estimado como o terceiro mais comum em homens e mulheres nos EUA em 2017. Cerca de 20% dos portadores de câncer colorretal apresentam metástases hepáticas (MH) sincrônicas e outros 20% desenvolverão metástases metacrônicas.

Em aproximadamente 50% dos pacientes com MHCC, as metátases ocorrerão apenas no fígado, nos quais o tratamento pela ressecção curativa pode oferecer sobrevida de 5 anos em torno de 50%.

A ressecção cirúrgica é considerada o padrão ouro no tratamento de MHCC. Entretanto, a radioablação por radiofrequência (RF) ainda é uma alternativa atraente diante dos benefícios que pode oferecer.

Foram analisados 20 estudos selecionados entre 853 disponíveis em vários bancos de dados. Nestes estudos, cerca de 1060 pacientes foram tratados com RF e 1817 com ressecção.

O grupo RF apresentava MH com menor diâmetro, apresentava maior risco cirúrgico, recebeu mais frequentemente QT neoadjuvante e menos QT adjuvante.

Pacientes que receberam RF apresentaram menores complicações quando comparados com pacientes submetidos a ressecção. Não houve diferença de mortalidade em 30 dias entre os dois grupos. RF proporcionou menor tempo de internação.

Todos os tipos de recorrência analisadas (qualquer, local, de novo e intra-hepática) foram mais frequentes nos pacientes submetidos a RF, exceto as recorrências extra-hepática cuja incidência foi equilibrada entre os dois grupos.

As análises de sobrevida de 5 anos global e livre de doença também favoreceram o grupo submetido a ressecção.

Análise de subgrupo com MH solitária e com lesões de até 3 cm foi realizada.

Para MH solitária, foram comparados 228 pacientes RF x 522 ressecção e para lesões < 3 cm foram comparados 45 x 175 pacientes. Em ambas análises houve maior recorrência nos pacientes RF, não havendo diferenças se a RF foi empregada por via percutânea, aberta ou laparoscópica em relação às sobrevidas de 5 anos global e livre de doença.

Os autores concluem que RF apresenta menor complicação em relação à ressecção. Entretanto, RF está associada a maior recorrência e menor sobrevida em 5 anos tanto global como livre de doença.

Martinus e cols HPB 2017