Descritos por Edmondson em 1958, sua incidência começou a aumentar a partir da disseminação do uso de hormônios, principalmente anticoncepcionais orais (ACO), a partir dos anos 70, atingindo cerca de 3 pessoas por milhão de habitantes.

90% dos casos ocorrem em mulheres jovens, relacionados ao uso de contraceptivos orais desde jovens.

Trata-se de tumor geralmente solitário de tamanhos variados. Em 10 a 24% dos pacientes podem ser múltiplos e quando existem mais que 10 considera-se adenomatose hepática.

Pode desenvolver sintomas relacionados a efeito de massa ou sangramentos por ruptura observada em 20 a 40%.

O desenvolvimento de hepatocarcinoma (HCC) pode atingir até 10% dos adenomas, sem distinção entre adenomas isolados ou adenomatoses em termos de incidência.

Existem 4 subtipos histológicos que apresentam comportamentos diferentes:

1) Hepatocítico, decorrente de mutações HNF 1alfa;

2) Betacatenina, que apresenta mutação betacatenina;

3) Inflamatório, decorrente de processo inflamatório – representa 40 a 50% dos adenomas e está associado a abuso de álcool e obesidade;

4) Não classificado

Os adenomas mais frequentes são hepatocítico e inflamatório, que ocorrem em 80% dos casos enquanto 10 a 15% são do tipo betacatenina.

Recentemente, alguns fatores de risco novos têm sido associados ao aparecimento dos adenomas: síndrome metabólica, síndrome de Klinefelter, glicogenose tipos Ia, Ib e III, polipose adenomatosa familiar, uso de clomifeno, metiltestosterona ou danazol.

O diagnóstico é feito por TC ou RNM. Entretanto, só é confirmado com estudo histológico.

A realização de biópsias não é estimulada pelos riscos de sangramentos e a biópsia não consegue excluir o aparecimento de HCC.

Adenomas < 5 cm podem ser observados sendo a interrupção de ACO ou outros hormônios recomendada.

Adenomas hemorrágicos podem ser tratados com embolizações arteriais seletivas seguida de ressecção por laparotomia ou laparoscopia.

O tratamento cirúrgico é geralmente indicado para lesões acima de 5 cm, em pacientes sintomáticos ou quando existe suspeita de malignização. Estudo de 1600 adenomas mostrou que a grande maioria (96%) dos que desenvolveram HCC mediam mais que 5 cm.

As ressecções abertas e laparoscópicas apresentam resultados semelhantes em termos de complicações e de sucesso.

Adenomatose pode ser tratada por transplante de fígado pelo seu carácter multicêntrico, caso não regrida após suspensão de hormônios.

HPB 2014