É uma doença relativamente rara, com incidência anual de 0,8 a 1,4 / 100 mil habitantes nos EUA.
Na maioria das vezes é assintomático e de diagnóstico tardio.
Até estadio T1a (AJCC 8th edition) , a colecistectomia é tratamento suficiente. A partir de T1b, a linfadenectomia se torna necessária ao tratamento completo.

A linfadenectomia permite estadiamento e definição do prognóstico e tratamento adequado porque identifica a agressividade do tumor.
Desde 2011, a proposta de Ito e cols de total de realizar linfadenectomia de pelo menos 6 linfonodos (LN), que em seu estudo ofereceu melhor sobrevidaa livre de doença, vem sido praticada.

Estudo retrospectivo realizado no Mount Sinai – NY , mostrou que entre 119 pacientes operados por cancer de vesicular biliar ≥ T1b, 92 foram tiveram linfadenectomia do hilo hepático, 74 obtiveram < 6 LN e 18(20%) ≥ 6 LN. O número de LN+ foi de 83% quando total de LN ≥ 6 e 43% quando total LN < 6 (p<0,001). Os LN+ mais encontrados foram portais (N=26), cístico (N=14) e pericoledociano (N=6). Num seguimento medio de 21 meses, a sobrevida media foi de 30 meses com sobrevidas de 1 e 5 anos de 78% e 48% respectivamente. Houve tendência de sobrevida maior no grupo com ressecção de > 6 LN. A recorrência tumoral foi semelhante nos dois grupos e não houve diferença na sobrevida livre de doença comparando os grupos com > ou < 6 LN.

Vários estudos obtiveram quantidades pequenas de LN e questionam se a quantidade presente no ligamento hepatoduodenal não é realmente pequena.

As estações linfonodais a partir dos linfáticos da serosa da vesicula biliar são :
1) ligamento hepatoduodenal
2) peripancreático
3) artéria hepatica
4) aortocaval
5) artéria mesentérica superior
6) tronco celíaco

Os LN mais comumente comprometidos são : pericístico, pericoledociano, portal e artéria hepatica.
LN+ aortocaval , na arteria mesentérica superior e tronco celíaco conferem prognóstico semelhante ao da presença de metastases e assim não há indicação da sua ressecção.

A obtenção de > 6 LN conforme proposto pela AJCC 8th edition, pode ser obtida pela extensão da linfadenectomia para as regiões peripancreáticas e artéria hepatica.

Revisão de 1524 pacientes com cancer de vesicular do National Cancer Data Base, realizada em 2018, mostrou menor obtenção de linfonodos pela laparoscopia em relação a cirurgia aberta.
A recomendação dos autores deste estudo é a realização de linfadenectomia do ligamento hepatoduodenal e peripancreática para todos os casos de cancer de vesicular biliar ≥ T1b para atingir linfadenectomia > 6 LN, com análise intraoperatória do patologista.