Metade dos pacientes com cancer de vesicula são identificados incidentalmente durante ou após a realização de colecistectomia.
A maioria dos casos de cancer incidental são diagnosticados pelo patologista ao examinar a vesicula após colecistectomia.
A nova classificação da AJCC mudou a classificação T2, dividindo-a em T2a quando o tumor é localizado na face peritoneal livre, com melhor prognóstico, e T2b quando localizado na face hepática, com pior prognóstico.

Esse estudo avalia os resultados do tratamento do cancer de vesicula incidental x não incidental.

Pacientes com T2b com cancer não incidental tiveram uma sobrevida maior que T2b com cancer incidental.
Entre os casos T2b incidentais e reoperação para ressecção > 60 dias apresentaram sobrevida em 3 anos menores que T2b não incidental.

Os resultados deste estudo mostram que o tratamento cirúrgico inicial não oncológico de cancer de vesicula T2b impacta negativamente nos pacientes, com maior recorrência local e pior sobrevida.
Quando esses pacientes foram reoperados, o resultado foi pior quando a reoperação ocorreu após 60 dias da colecistectomia.
Colecistectomia sem ressecção hepatica só pode ser realizada até estadio T1, quando o tumor não atinge a serosa.
Quando existe suspeita clínica pré-operatória de tumor de vesicula com comprometimento de serosa, o paciente deve ser operado num centro com experiência de hepatectomia dos segmentos IV e V.
Importante salientar que em casos de colecistite aguda a sensibilidade da congelação é de cerca de 64%.
Colecistectomias sem ressecção do parênquima e sem linfadenectomia do hilo e artéria hepatica (cadeias 12 e 8) afetam negativamente a sobrevida dos pacientes.