Cirróticos com HDA por hipertensão portal (HP) com gradiente portal elevado (> 12mmHg) apesar de terapia farmacológica, têm alto risco de recidiva de HDA (reHDA) e a insistência no tratamento endoscópico eleva seu custo sem melhorar a sobrevida. Alternativas para estes casos são: descompressão portal e/ou transplante de fígado (TF). O TIPS é considerado uma ponte para o transplante enquanto shunts seletivos (AERD) podem ser tratamentos de longo prazo, mas, apesar de resultados promissores em pacientes CHILD A, têm sido pouco praticados. Alta mortalidade em lista de espera, o alto custo e indisponibilidade do TIPS e bons resultados da AERD nos estimularam à realização deste estudo comparativo. Objetivos: análise retrospectiva do seguimento tardio de pacientes cirróticos, CHILD A, com HDA recidivante na vigência de tratamento endoscópico e farmacológico, comparando TIPS e AERD. Material e Métodos: De 2000 a 2010, 18 cirróticos CHILD A submetidos a AERD (G1) e de 2009 a 2013, outros 20 submetidos a TIPS (G2). Resultados: O seguimento médio foi de 6 anos no G1 e 5,1 anos no G2. No G1 ocorreu 1 reHDA (6%) tratada endoscopicamente, 1 necessidade de TF (6%) por HCC (VHB) e 1 óbito (6%). No G2 ocorreram 2 reHDA (10%), tratadas endoscopicamente, 11 necessidades de TF (55%) por piora da função hepática e 1 óbito (5%). Conclusão: AERD é eficaz, preserva função hepática e pode evitar a indicação de TF por HDA recidivante em cirróticos com boa reserva funcional. O carácter não seletivo dos Shunt induzido pelo TIPS leva a uma necessidade maior de TF.

Genzini e cols – Grupo HEPATO – 2013.