HDA ocorre em 4% dos cirróticos ao ano com aumento da incidência para 15% ao ano em portadores de varizes de esôfago com médio e grosso calibres. Apesar do uso frequente de betabloqueadores não seletivos em cirróticos, apenas metade deles realmente atingem as metas hemodinâmicas para reduzir a incidência de HDA e a mortalidade. Assim, na ocorrência de HDA em pacientes betabloqueados, existe algum risco adicional com piora do tratamento endoscópico ou queda da sobrevida?.

Souza e cols, da Universidade de Barcelona, publicaram na revista Hepatology de dezembro 2015 (Hepatology 2015;62:1840-1846), artigo sobre os riscos de pacientes apresentarem HDA na vigência do uso de betabloqueadores. Compararam dois grupos de pacientes cirróticos admitidos no pronto socorro do hospital com HDA, um dos grupos (93 pacientes) sem uso de betabloqueadores e outro (49 pacientes) em uso de betabloqueadores.

Descrevem os autores que o sangramento foi menos intenso naqueles em uso de betabloqueadores que também obtiveram melhor resposta ao tratamento e melhor sobrevida.

Concluem que o uso profilático de betabloqueadores reduz a ocorrência (dados de literatura) e gravidade da HDA.