25% dos pacientes com câncer colorretal são portadores de metástases hepáticas sincrônicas. Quando o tumor primário e as metástases são ressecáveis, existe discussão de qual o melhor tratamento, a ressecção simultânea ou em 2 tempos. Os principais argumentos para a ressecção em 2 tempos são evitar a adição de complicações com 2 procedimentos de grande porte e testar o comportamento da doença durante o período entre as duas cirurgias, observando-se também a resposta da doença a eventual tratamento sistêmico com QT. Segundo os defensores desta estratégia, a espera não aumenta o risco de irressecabilidade e permite seleção dos pacientes que se beneficiarão da cirurgia.

Por outro lado, defensores do tratamento simultâneo alertam para possível mecanismo imunossupressor das cirurgias levando a disseminação da doença, afirmam que o tratamento simultâneo é seguro, representa agressão menor, menores custos e permite tratamento adjuvante mais breve.

Trinta estudos publicados entre 1991 e 2016 foram revisados, incluindo 5300 pacientes, 2235 (42%) submetidos a ressecção simultânea (grupo 1) e 3065 (58%) a ressecção em 2 tempos (grupo 2). Não houve diferenças demográficas e nem de estadiamento entre os dois grupos mas o grupo 2 apresentava maior incidência de metástases hepáticas bilobares.

QT neoadjuvante foi mais frequente no grupo em 2.

Enquanto alguns autores consideram a resposta a QT neoadjuvante um importante critério de seleção de pacientes para ressecção, outros demonstraram que a resposta a QT neoadjuvante não afeta a sobrevida global.

QT adjuvante foi semelhante nos dois grupos.

Hepatectomias maiores (> 3 segmentos) foram realizadas mais frequentemente no grupo 2.

As sobrevidas dos pacientes foram semelhantes nos 2 grupos.

O tempo total de hospitalização foi 6 dias menor no grupo 1, gerando um custo do tratamento cirúrgico 17% menor.

Todos os demais parâmetros cirúrgicos, incluindo complicações e mortalidade, foram semelhantes nos 2 grupos.

Meta-análise prévia envolvendo 3159 pacientes encontrou resultados semelhantes.

Este estudo conclui que a colectomia com hepatectomia simultâneas podem ser uma estratégia de tratamento a pacientes com neoplasia de cólon com metástases hepáticas.

Paschalis G e cols – HPB 2017 (in press).