As hepatites virais são as principais causas de cirrose hepática. Existem vários tipos de hepatites, com diferentes características de transmissão, evolução, gravidade e tratamento.

A hepatite A por exemplo, que contamina praticamente metade da população brasileira, é transmitida por alimentos contaminados e sua evolução é auto-limitada, geralmente não necessitando de qualquer tratamento específico, além do repouso relativo de acordo com os sintomas e a condição clínica do paciente. A vacinação já faz parte do protocolo de vacinas da infância e seu reforço deve ser feito a cada 5 a 10 anos.

A hepatite B, a mais comum no mundo, devido à sua alta incidência nos países orientais (China, Japão e Coréia) que são muito populosos, evolui para a forma crônica em cerca de 5 a 10% dos casos, situações nas quais expõe seus portadores ao desenvolvimento de cirrose hepática e câncer de fígado. Sua transmissão Existem tratamentos muito eficientes para hepatite B, com um comprimido diário e efeitos colaterais muito pequenos e bem toleráveis. Existem no entanto formas persistentes da hepatite B, onde não ocorre agressão ao fígado e nem replicação viral, situações nas quais não é necessário o tratamento. A vacinação já faz parte do protocolo de vacinas da infância e seu reforço deve ser feito a cada 5 a 10 anos.

A hepatite C é a principal doença entre os pacientes que encontram-se na fila de espera para transplante de fígado. Até há pouco tempo, as chances de cura eram pequenas, entre 40 e 70%, e os pacientes eram acompanhados na tentativa de prevenir as complicações da doença crônica. Nos últimos 2 anos surgiram estudos com medicações novas, capazes de tratar a grande maioria dos pacientes (acima de 90%). Estas medicações, assim como na hepatite B, são de uso oral, muito bem toleradas e com baixa incidência de efeitos colaterais. Além disso, o tempo de tratamento, que variava de 6 meses a 1 ano e meio, foi reduzido para 3 meses a 1 ano. Não existe vacina disponível.

A hepatite Delta, que ocorre nos portadores de hepatite B, ainda é um desafio. Geralmente ocorre em regiões isoladas onde a transmissão é vertical, ou seja, de mãe para filho(a) e, por isso compromete pessoas muito novas que desenvolvem complicações na fase adulta jovem. O tratamento ainda é a base de medicações injetáveis e podem ser longos e com resultados não muito animadores. A vacina contra a hepatite B protege contra a infecção pelo vírus Delta.

Outras hepatites virais são mais raras, de evolução satisfatória e não necessitam tratamento específico.