Após o diagnóstico, a procura de um especialista é fundamental para o bom resultado do tratamento.
Os especialistas que podem orientar da melhor forma são os cirurgiões de fígado e transplantes , os hepatologistas e os oncologistas.
Nos melhores centros, esses 3 especialistas trabalham conjuntamente e os casos de HCC são discutidos em reuniões multidisciplinares com a presença destas 3 especialidades além de radiologistas, radioterapêutas, radiologistas intervencionistas, oncogeneticistas e patologistas.
As decisões em relação ao tratamento serão tomadas baseadas em alguns critérios relacionados à doença e outros relacionados ao doente.
Em relação à doença, é muito importante o estadiamento, que significa se a doença está restrita ao fígado ou já compromete outros órgãos (metastases) e, quando restrita ao fígado, qual o risco de se disseminar (tamanho e invasão vascular).
Tumores pequenos, únicos, restritos ao fígado e sem invasão vascular ou de linfonodos, em pacientes com boa função do fígado, são passíveis de ressecção cirúrgica. O mesmo pode ser feito com tumores pequenos localizados em segmentos diferentes, desde que as ressecções não sejam muito extensas.
Se o(s) tumor(es) for(em) menor(es) que 3 cm, em número de 2 a 3, métodos ablativos como radiofrequência, crioterapia , microondas e alcoolização podem ser empregados com resultado satisfatórios em pacientes sem condições para serem operados ou que não querem a cirurgia como tratamento. Tumores únicos com até 5 cm podem ser tratados com radiofrequência ou radioterapia além da cirurgia ou com combinação de métodos se forem múltiplos.
Quando a função do fígado está comprometida (Child-Pugh B ou C ou MELD > 11) ou o grau de hipertensão portal é importante (plaquetas < 100 mil , ascite, varizes de esôfago, esplenomegalia), a melhor alternativa é o transplante.
Os transplantes podem ser feitos com doador vivo ou doador falecido. Transplantes com doador vivo não enfrentam lista de espera. Entretanto, enquanto se aguarda o transplante na lista de doador falecido, algum procedimento deve ser feito para que o tumor não cresça e saia dos critérios aceitos para transplante (Critérios de Milão : 1 tumor até 5 cm , ou até 3 tumores entre 2 e 3 cm , sem invasão vascular , sem comprometimento linfonodal e sem metastases) e o mais utilizado é a quimioembolização. Poucos centros dispõem de um método mais eficaz que a quimioembolização, chamado de radioembolização.
Pacientes com HCC além dos Critérios de Milão e boa reserva functional hepatica, sem condições ou sem resposta a tratamentos locorregionais, são candidatos a tratamento sistêmico, com antiangiogênicos como inibidores de kinases (sorafenibe, lenvatinibe, regorafenibe, cabozantinibe) e anticorpos monoclonais (bevacizumabe) associados a imunoterapia (atezolizumabe).
Cada tratamento sistêmico apresenta sua indicação conforme o quadro clínico do paciente, seus riscos de efeitos adversos frente a cada medicação e a disponibilidade de cada tratamento, para que seja feito de modo adequado.