Síndrome Metabólica (SM) é um conjunto complexo de fatores, alguns pouco esclarecidos que levam ao comprometimento cardiovascular, hepático e renal.
O diagnóstico da SM é feito pela presença de Obesidade (medida pela cintura abdominal – homem > 102 cm e mulheres > 88 cm) , hiperglicemia (glicemia em jejum > 126 mg/dl e após refeições > 200 mg/dl) , hipertensão arterial (PA mínima > 90 mmHg e máxima > 140 mmHg), elevação do colesterol e triglicerídeos , esteatose hepática (gordura no fígado) e microalbuminúria (que representa lesão renal).
Estudos recentes mostram que 40 a 58% dos transplantados de fígado desenvolvem SM após 1 ano de transplante. Isto ocorre principalmente pelo sedentarismo e obesidade mas é agravado pelo uso de imunossupressores, que podem contribuir com aumento do apetite e hiperglicemia (corticoides), hipertensão arterial (ciclosporina e tacrolimo) e elevação do colesterol (sirolimo ou everolimo).
Devido a SM, o risco de desenvolvimento de doenças cardiocirculatórias em transplantados de fígado atinge cerca de 14%, o que significa ser 64% maior que na população geral. Transplantados com SM tem um risco 4 vezes maior que transplantados sem SM para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares como insuficiência coronariana (que traz risco de infarto) , acidente vascular cerebral e insuficiência renal.

Assim, providências importantes devem ser tomadas no pós-operatório de transplantes de fígado tais como :

1) Evitar sedentarismo e obesidade;
2) Manter controle rigoroso das doses e níveis de imunossupressores;
3) Manter glicemia em jejum < 100 mmg/dl e colesterol LDL < 130 mg/dl (idealmente < 100 mg/dl), (Publicado pela Cleveland Clinic em outubro de 2012).