A quimioembolização intra-arterial hepática (TACE) é uma importante alternativa terapêutica para pacientes com tumores hipervascularizados irressecáveis do fígado, por motivos clínicos ou cirúrgicos, principalmente hepatocarcinoma (HCC) e colangiocarcinoma.

Pacientes com trombose de veia porta (TVP), além de terem pior prognóstico, frequentemente são excluídos deste tipo de tratamento pelo receio da insuficiência hepática.

Conforme o protocolo BCLC (Barcelona Clinic Liver Cancer), HCC com trombose de veia porta é classificado como estágio C e a recomendação é Sorafenibe. Apesar disso, alguns estudos têm demonstrado ser possível o emprego da TACE, com melhores resultados em relação ao Sorafenibe ou apenas observação.

Este trabalho realizou revisão de 13 estudos com mais de 30 casos de TACE em pacientes com TVP, publicados entre 2006 e 2016, envolvendo um total de 1933 pacientes. Todos eram Child-Pugh A ou B.

A sobrevida de 1 ano foi de 30% e a resposta mRECIST de aproximadamente 20%. As sobrevidas médias de 3 e 5 anos foram de 4% e 1%, sendo de 2 e 0% nos casos de trombose do tronco da veia porta e de 10 e 6% nos casos de trombose de ramos portais (p<0,001).

A grande maioria dos controles históricos e estudos comparativos de pacientes com HCC e TVP mostram grande vantagem em termos de sobrevida nos casos submetidos a TACE em relação a grupos controles.

Não está estabelecida vantagem da TACE sobre Sorafenibe mas sua associação pode ser realizada com segurança.

Os autores concluem que TACE é seguro para pacientes com HCC e TVP em cirróticos Child-Pugh A ou B e, portanto, TVP não pode ser considerada contra-indicação á utilização de TACE.