O colangiocarcinoma perihilar (CPH) é o câncer de ducto biliar mais comum e sua incidência nos países ocidentais situa-se em torno de 2 novos casos por ano por 100.000 habitantes.

O tratamento cirúrgico é o único potencialmente curativo com tempo de vida médio pós-operatório variando de 35 a 40 meses.

Infelizmente a maior parte dos pacientes é inelegível ao tratamento cirúrgico no momento do diagnóstico pelo estadiamento avançado da doença.

As ressecções necessárias para o tratamento do CPH são extensas com morbimortalidade variando de 5 a 15% nos países ocidentais.

A presença de metástases linfonodais (LN+) é determinante para definição do prognóstico. Publicação de Groot e cols (J Am Coll Surg 2015) mostrou 100% de recorrência em pacientes com LN+.

Este estudo envolveu as casuísticas 12 centros no período de 2000 a 2014.

Foram incluídos 119 pacientes submetidos a ressecção potencialmente curativa com LN+ que foram comparados a 113 pacientes não ressecados por envolvimento vascular (64) ou LN+ (49).

Não houve diferença entre os grupos ressecados e não ressecados quanto a sexo, idade, icterícia, classificação de Bismuth, envolvimento vascular e LN+.

49% dos pacientes ressecados receberam QT x 7% dos não ressecados.

A mortalidade operatória (90 dias) no grupo ressecado foi de 7% x 13% (90 dias) no grupo não ressecado.

A sobrevida média no grupo ressecado foi de 19 meses com sobrevidas de 1, 3 e 5 anos de 69%, 27% e 13% respectivamente.

4 pacientes não tinham evidência de doença em seguimentos de 62, 68, 76 e 98 meses.

A sobrevida média no grupo não ressecado foi de 12 meses com sobrevidas de 1, 3 e 5 anos de 49%, 7% e 3% respectivamente (p< 0,001).

Não houve diferença de sobrevida entre pacientes ressecados R1 x não ressecados (17 x 12 meses, p=0,08) e nem entre pacientes com invasão vascular x não ressecados (16 x 12 meses, p = 0,07).

Pacientes de alto risco (> 70 anos, fígado remanescente < 30% e colangite pré-op) e pacientes com LN+ N2 devem ser bem analisados quanto ao risco benefício da ressecção.

Concluem os autores que LN+ não contraindicam ressecção desde que outros fatores de risco tornem o custo benefício favorável frente a morbimortalidade do tratamento cirúrgico.

Buettner S e cols, Estudo Multicêntrico, HPB fev 2017.