Risco de Metástases Linfonodais em Colangiocarcinoma Intrahepático
Navarro e cols
Yonsei University College – Seul – Coréia do Sul
HPB , 2020 , in press
O tratamento de escolha do colangiocarcinoma intrahepático ou periférico é a ressecção cirúrgica realizada pela hepatectomia enquanto o papel da linfadenectomia ainda não está bem definido.
O comprometimento linfonodal é frequente (45 a 62%) e associado a pior prognóstico e a linfadenectomia tem importância no estadiamento mas não é consenso seu benefício em termos de sobrevida global ou livre de doença.
Nesse estudo os autores pesquisaram indicadores pré-operatórios de comprometimento linfonodal.
Foram estudados 210 pacientes operados por colangiocarcinoma em Seul-Coréia, sendo analisados critérios clínicos, bioquímicos e de imagem.
A linfadenectomia padrão envolveu hilo hepático, ligamento hepatoduodenal, região retropancreática, artéria hepática comum, tronco celíaco, artéria gástrica esquerda, interaortocavais.
Metástases linfonodais (ML) , idade, nível de CA 19-9, invasão vascular (IV), invasão perineural (IP), invasão de ducto biliar , tumor (Tu) > 5 cm , infiltração periductal (IPD) e localização desfavorável do tumor (LDT) com invasão hilar, fatores conhecidos de mal prognóstico, foram avaliados.
Análise multivariada mostrou ML, idade, Tu > 5 cm, IV e IPD como fatores independentes de pobre sobrevida global.
Em relação a sobrevida livre de doença (SLD), ML, CA 19-9 elevado, múltiplos tumores, Tu pouco diferenciado (TPD), IV, IP, Tu > 5 cm, IPD e localização desfavorável foram fatores relacionados a pior resultado.
Na análise multivariada, ML, Tu > 5 cm, IPD, TPD, IV, LDT foram fatores independentes de pior SLD.
Foram considerados linfonodos aumentados (LA) na Tomografia Computadorizada (TC), os que atingissem os seguintes critérios :
1) 8 mm no ligamento gastrohepático
2) 7 mm no ligamento hepatoduodenal
3) 10 mm portocaval
4) 9 mm paraórticos
Na análise univariada , LA na TC, CA 19-9 > 120 e LDT foram fatores preditivos de ML.
Os pacientes com LDT foram considerados de alto risco para ML (60,9%), enquanto aqueles com localização favorável e CA 19-9 > 120 U/ml foram risco intermediário (35%) e localização favorável e CA 19-9 < 120 U/ml baixo risco (2,3%).
Em pacientes de baixo risco, não houve diferença na sobrevida global nem SLD quando comparados os grupos submetidos a linfadenectomia e não submetidos a linfadenectomia.
O trabalho foi realizado com número pequeno de pacientes e necessita estudo multicêntrico com casuística maior para ser validado.
Com os dados disponíveis, sugere-se que pacientes de baixo risco de ML conforme os critérios do estudo não se beneficiam de linfadenectomia, com resultados semelhantes em termos de Sobrevida Global e SLD em relação àqueles com as mesmas características que são submetidos a linfadenectomia.