Estudo retrospectivo de 213 transplantes por metástases hepáticas de tumores neuroendócrinos reportados ao Registro Europeu de Transplantes obteve as seguintes conclusões:

1) a sobrevida de 5 anos após o transplante supera 50% e desta forma valida o transplante como alternativa de tratamento nestes pacientes quando a ressecção não for possível , apesar de a recidiva ocorrer em boa parte dos pacientes em diferentes períodos após o transplante;

2) a sobrevida é melhor nos pacientes com tumor primário ressecado no pré-transplante e pior quando cirurgias de grande porte são realizadas junto com o transplante para ressecão do tumor primário quando o tumor primário não foi identificado ou ressecado antes do transplante;

3) os fatores de mau prognóstico identificados foram : hepatomegalia > 25% em relação ao tamanho esperado do fígado , tumores pouco diferenciados e cirurgias de grande porte realizadas junto com o transplante , idade > 45 anos . Pacientes com 0 ou 1 destes fatores presentes tem sobrevida de 5 anos melhor que pacientes com 2 ou mais;

4) a maioria dos casos analisados tinham mais que 10 lesões mas apenas o envolvimento de mais de 50% do fígado parece exercer algum impacto negativo sobre o resultado.
Outros estudos analisaram o impacto do Ki67 detectado no exame imunohistoquímico e, apesar de a maioria dos grupos estipular 10% como limite , alguns centros obtiveram bons resultados com Ki67% até 20%.
O tempo entre a detecção da metástase hepática e o transplante assim como o tempo entre a ressecção do tumor primário e o transplante, em pacientes submetidos a outros tratamentos como o emprego de análogos de somatostatina, parece ser um período de observação importante quanto ao comportamento da doença, sendo melhor os resultados de pacientes com estes tempos mais longos e doenças estáveis.

(Le Treut e cols , 2013).