Os principais antivirais disponíveis para o tratamento da hepatite B crônica são entecavir e tenofovir que são recomendados por longos períodos. Entretanto, o tempo de uso necessário e os resultados após descontinuação destas medicações são ainda desconhecidos e estão sob investigação.

A AASLD (Associação Americana para Estudo de Doenças do Fígado) recomenda que uso prolongado dos antivirais até o a eliminação do AgHBs que, no entanto, ocorre em menos de 1% dos casos por ano.

A APASL (Associação Asiática para o Estudo do Fígado) recomenda que os antivirais possam ser descontinuados se a carga viral medida pelo PCR estiver negativa em 3 dosagens com pelo menos 6 meses de intervalo entre cada uma.

95 portadores de hepatite B crônica AgHBe negativos (39 cirróticos) que preenchiam os critérios APASL para interrupção do entecavir foram estudados por um grupo em Taiwan. Todos foram tratados por pelo menos 1 ano com entecavir e apresentavam 3 pesquisas negativas de carga viral do VHB com intervalo de 6 meses entre cada uma, conforme critérios APASL.

O tempo de tratamento médio foi de 721 dias (24 meses) com 50,5% sendo tratados por mais de 2 anos. Nenhum paciente eliminou o AgHBs durante o tratamento.

As recidivas clínicas da hepatite B com elevação de transaminases ocorreram em 45% dos pacientes no período de 1 ano após interrupção da medicação, com a maioria delas (74%) ocorrendo após 6 meses de interrupção.

Ambos os guidelines da AASLD e EASL sugerem para manutenção indefinida dos antivirais em pacientes com cirrose ou descompensação.

Nos pacientes com carga viral basal < 2 x 10⁵ UI/ml, a recidiva foi de 29%.

O estudo propõe que tempo de tratamento de 64 semanas e pacientes com carga viral < 2 x 10⁵ UI/ml sejam indicadores de boa resposta após interrupção do tratamento mas estes pacientes devem ser monitorados a cada 3 meses e o tratamento reinstituído assim que houve aumento da carga viral ou elevação de transaminases. Jeng et al – Hepatology, dec 2013.