É o câncer mais comum das vias biliares e o quinto mais frequente do aparelho digestivo , correspondendo a 3 a 4% das neoplasias malignas nos homens e 8 a 10% nas mulheres. Ocorre com mais frequência (até 6 vezes mais) em mulheres que em homens , geralmente a partir dos 60 anos de idade.
Uma vez que as cirurgias de retirada de vesícula , chamadas colecistectomias , estão entre as mais frequentes realizadas no ser humano, todas as peças cirúrgicas devem ser analisadas por patologistas e os resultados verificados pelos cirurgiões e transmitidos aos pacientes. Não deve existir em hipótese alguma a situação de um paciente operar sua vesícula , ter alta e nem retornar ao cirurgião que o operou e nem ter notícias do resultado anátomo-patológico da vesícula removida. Achados incidentais de câncer de vesícula biliar , ou seja, câncer não diagnosticado antes e encontrado no exame microscópico podem ocorrer em cerca de 1% das vesículas retiradas e já representam 40 a 50% das neoplasias de vesícula biliar e encontradas na vesícula. De acordo com a profundidade de penetração do tumor na parede da vesícula , o tratamento pode ter sido completo pela cirurgia laparoscópica realizada ou uma ampliação envolvendo até parte do fígado e dos gânglios por cirurgia aberta ou laparoscópica , associada a quimioterapia pós-operatória , pode ser necessária .
Quando a patologia revela tumor T1a (limitado à mucosa , não ultrapassando a lâmina própria) , a colecistectomia é suficiente. Quando a penetração ultrapassa a lâmina própria e atinge a camada muscular chama-se T1b e a ressecção de parte do fígado com objetivo de conseguir margem cirúrgica de 2 a 3 cm associada a linfadenectomia (remoção dos linfonodos do hilo hepático, artéria hepática , tronco celíaco e retropancreáticos deve ser realizada associada a Quimioterapia adjuvante. Esta abordagem pode ser feita até a profundidade T2 (tumor penetrando o tec conjuntivo sem invasão do fígado e sem ultrapassar a serosa) . No caso do T2 ou mais avançados, tratamentos neoadjuvantes com radioterapia e quimioterapía devem ser discutidos com uma equipe multidisciplinar.
As taxas de cura variam de 10 a próximo de 100% de acordo com o estadiamento da doença que envolve a profundidade na parede da vesícula (T1 a T4) , a presença de gânglios comprometidos (N0 a N2) e de metástases (M0 ou M1) .
Pólipos de vesícula são muito frequentes na população e não devem ser confundidos com câncer de vesícula. Estudos com ultrassonografia mostram ocorrência de pólipos em até 5% da população adulta mas um terço das vesículas operadas por pólipos diagnosticados ao ultrassom não confirmam a presença dos mesmos no exame microscópico. Pólipos verdadeiros representam riscos quando maiores que 1 cm e devem ser operados . Pólipos maiores que 2 cm merecem atenção maior e tratamento mais cuidadoso e talvez radical . Pólipos menores que 1 cm devem ser acompanhados pois dificilmente produzem sintomas e praticamente não apresentam risco de malignização.