Malczak e cols
Jagiellonian University Medical College, Krakow, Poland
HPB 2020 , in press
O câncer de pâncreas foi responsável por 4,5% de todas as mortes por câncer em 2018 e sua incidência está aumentando.
O tratamento cirúrgico continua sendo a única alternativa terapêutica com objetivo de cura para os cerca de 20% de pacientes com tumor ressecável.
Duas estratégias pode m melhorar a ressecabildade dos tumores mais avançados : quimioterapia neoadjuvante e ressecção vascular.
Ressecções venosas são realizadas rotineiramente , mas ressecções arteriais (RA) ainda são questionadas., uma vez que são acompanhadas de maior mortalidade operatória. Assim, ressecções arteriais geralmente são contra-indicadas, especialmente em casos de envolvimento do tronco celíaco, artéria hepatica ou mesentérica superior.
Este estudo reviu 1651 artigos dos quais foram selecionados 19 para revisão e análise, que envolveram 2710 pacientes, 263 submetidos a ressecção arterial e 2447 submetidos a pancreatectomias sem ressecção arterial (SRA).
Houve maior mortalidade no grupo com ressecção arterial (11%) x sem ressecção (3,6%) – p < 0,001 , RR 4.
Também ocorreram mais complicações no grupo RA (48%) x SRA (33%) – p = 0-,01 , RR 1,4
Fístula pancreática pós-operatória (FPPO) foram mais frequentes após RA, sem significância estatística (p = 0,11, RR 1,61).
Fístula biliar (FB) foi semelhante nos dois grupos.
Houve maior sangramento pós-operatório no grupo RA (10,9%) x SRA (5,8%).
Complicações pulmonares e cardiovasculares foram semelhantes nos dois grupos.
O tempo de permanência hospitalar também foi o mesmo nos dois grupos.
Alcançou-se margem R0 em 72,8% no grupo RA e 76,1% no grupo NA., sem diferença entre os dois grupos.
Não houve diferença estatisticamente significativa na sobrevida de 1 ano entre os dois grupos.
A sobrevida de 3 anos foi maior no grupo SRA.
Os achados desta revisão mostraram que a RA está associada a maior morbidade e mortalidade e pior sobrevida em 3 anos. O risco de mortalidade foi 4 x maior no grupo RA enquanto o risco de complicações aumentou 45%. O risco de sangramento também foi maior no grupo RA e não houve maior ressecção R0 e nem melhora na sobrevida no grupo RA.
Entretanto, conforme outros autores como Nakamura e cols, a sobrevida alcançada após ressecção curativa é maior que cirurgia paliativa e portanto a RA pode ter um papel.
O tempo de sobrevida médio após RA various de 8,5 a 20 meses x 9,3 a 25 meses após pancreatectomia SRA enquanto atinge 15,9 meses após quimioterapia paliativa.
Concluem os autores que a RA aumenta riscos de mortalidade e complicações , principalmente hemorragia pós-operatória, devendo ser reservada a casos selecionados em centros experientes.