Zapata e Pedersen – CLD 19(6):219 – 221, 2022

UDCA tem sido utilizado após TF desde os anos 90.
Os benefícios descritos têm sido prevenção de complicações biliares e da recorrência de colangite biliar primária.
Complicações biliares (CB) , ocorrem entre 10 e 25% dos TF e incluem fistulas , estenoses , lama , calculos , bilomas e hemobilia.

Recorrência de CBP é comum em pacientes transplantados por essa indicação, com incidência de 25% em 5 anos, resultando em menor sobrevida do enxerto e do paciente.

Este artigo resume meta-análise de Pendersen e cols publicada em 2021 :

Perdersen MR, Greennan G, Arora S, Murali A, Mayo MJ. Ursodeoxycholic acid decreases incidence of primary biliary cholangitis and biliary complications after liver transplant: a meta- analysis. Liver Transpl 2021;27:866- 875

530 pacientes de 3 diferentes centros de transplantes foram incluídos num estudo, dos quais 379 receberam profilaxia com UDCA . Todos iniciaram UDCA em até 30 dias após o TF.

Ocorreram 128 CB (24,1%) , 69 lama ou calculos (13%) e 59 estenoses (11,1%).

UDCA reduziu a incidência de CB , lama, cálculo , mas não reduziu estenose.

Análise de 12 estudos envolvendo um total de 1727 pacientes de 59 centros transplantadores foram analisados, dos quais 377 receberam UDCA após TF e 1350 não. Todos iniciaram UDCA até 1 ano após o TF, havendo 387 recorrências de CBP (22,4%) num período entre 3,5 e 6,5 anos. A recorrência foi menor entre pacientes que receberam UDCA profilático (16,7% x 23,1%).

Essa meta-análise mostrou que UDCA reduz CB e recorrência de CBP após TF por essa indicação.

Para pacientes transplantados intervivos ou com estenoses, complicacões isquêmicas, UDCA pode reduzir a formação de lama ou calculos .

Pacientes transplantados por CBP , existe forte recomendação de utilização de UDCA para prevenção de recorrência de CBP.