Identificada há cerca de 30 anos , é produzida por um vírus simples, do tipo RNA vírus , da família Picornaviridae hepatovírus , semelhante no mundo inteiro, que possui apenas um sorotipo e poucas variações genéticas. Entre os 7 genotipos de vírus A identificados, a variação entre eles é de 15 a 25%, com estrutura genética bastante conservada e que por isso tornou possível o desenvolvimento de várias vacinas.
Quatro das vacinas disponíveis são vírus inativados e altamente seguras e eficazes. Após duas doses, praticamente 100% dos indivíduos saudáveis desenvolvem imunidade e a imunização alcançada protege em qualquer parte do mundo
O vírus da hepatite A é transmitido pela ingesta de alimentos contaminados e portanto é frequente em áreas onde falta saneamento básico , onde esgotos contaminam rios , mares e plantações . O agente é eliminado nas fezes humanas que contaminam água ou alimentos que são então ingeridos e contaminam a população sujeita a estas condições e que não consegue lavar bem os alimentos antes de ingeri-los. Alimentos servidos crus sem higiene adequada também podem ser contaminantes.
Sua distribuição é universal, ou seja , pode ocorrer em qualquer local e os fatores de risco para contágio são : convívio familiar com alguém doente, agrupamentos de pessoas , creches , escolas, quiosques de praias e praças. Ocorre em qualquer época do ano, principalmente em épocas mais quentes e chuvosas.
Contatos sexuais com indivíduos contaminados também transmitem a doença.
O período médio de incubação é de 28 dias. Crianças menores que 6 anos são assintomáticas em sua maioria enquanto as maiores são geralmente sintomáticas e ficam ictéricas. A maioria dos sintomas regride em menos que 2 menos mas 10 a 15% dos pacientes pode ter sintomas até 6 meses.
É importante o fato que a viremia ocorre logo após o contágio e a transmissão ocorre mesmo antes dos sintomas.
A grande maioria dos pacientes recupera-se espontaneamente, sem tratamento específico. Algumas doenças autoimunes podem ser desencadeadas em indivíduos suscetíveis . Cerca de 6% dos pacientes podem ter recidiva nos primeiros 3 meses após início da doença.
Hepatite é a principal causa viral de insuficiência hepática aguda grave em crianças de todas as faixas etárias no Brasil e na maioria dos países em desenvolvimento.
Em adultos, 0,1% dos infectados podem desenvolver a forma fulminante.
O diagnóstico é feito pela dosagem do anticorpo IgM anti-vírus A, que persiste positivo por 3 a 6 meses após a contaminação. Existem testes feitos no sangue e na saliva.
A fatalidade relacionada à hepatite A ocorre em 0,1 a 0,3% em todas as faixas etárias e sobe para 1,8% após 50 anos.
Devido a alta contaminação de crianças nos países em desenvolvimento, as vacinações se disseminaram e praticamente estão eliminando a hepatite A nesta fase da vida. Entretanto, esta é a fase na qual existe menor reação imune e a doença era praticamente assintomática. Com as vacinações, a hepatite A está mudando sua faixa etária para acometer crianças maiores, adolescentes e adultos, nos quais ela é mais sintomática e pode desencadear quadros mais graves, inclusive fulminantes e fatais. Ainda não está definido porque alguns indivíduos desenvolvem sintomas mais graves que outros.
A proteção após vacinação dura de 5 a 10 anos mas pode exercer efeito protetor até 20 anos após a vacinação. Entretanto, os indivíduos saudáveis que foram submetidos a esquema completo de vacinação guardam memória imunológica que os protege em caso de reinfecção pelo vírus A. Desta forma, a revacinação não é recomendada.
Hepatopatas crônicos e outros pacientes com doenças crônicas ou imunossuprimidos não imunizados previamente devem ser vacinados contra hepatite A .