Os exames de imagens são fundamentais para avaliação das metástases hepáticas de câncer colorretal. Seus objetivos são: 1) identificação do número e localização das lesõe; 2) determinação da ressecabilidade; 3) verificação de metástases em outros locais.

As opções para este tipo de avaliação por imagem são:

1) US

2) TC

3) RNM

4) PET TC

US apresenta sensibilidade de 50 a 75% e é um exame operador dependente. A utilização de contrastes ou microbolhas associadas ao US aumentam a sensibilidade do exame em torno de 20% assim como sua capacidade de diferenciar as lesões nodulares do fígado.

O método mais sensível de detecção de metástases hepáticas é o US intra-operatório que freqüentemente altera o planejamento cirúrgico. Estudo recente de 250 pacientes mostrou novas lesões ao US intra-operatório em 27%. Em geral, a mudança de estratégia cirúrgica ocorre em 20% dos casos. Evoluções recentes da RNM e PET reduziram os benefícios do US intra-operatório. Entretanto, a adição de contraste ao US intra-operatório aumenta sua sensibilidade para 96% comparado a 81% do US intra-operatório e 76% de TC / RNM.

TC com utilização de multidetector (TC multislice) é um método muito utilizado. Deve ser realizada com contraste com captação de imagens 30 s apos injeção (fase arterial) e 60 s após (fase portal). As metástases geralmente aparecem na fase portal, são hipovascularizadas e aparecem como lesões hipoatenuantes. A fase arterial delimita as estruturas vasculares e suas relações com as lesões e por isso é importante para definir a estratégia cirúrgica. Podem ocorrer calcificações em casos de metástases de adenocarcinoma mucinoso.

RNM se tornou o método de imagem mais sensível para detecção e caracterização de massas hepáticas incluindo metástases. Metástases colorretais são hipointensas em T1 pré-contraste, levemente hiperintensa em T2, com restrição à difusão. Após injeção de gardolinium, metástases colorretais mostram um padrão hipovascular com reforço venoso na fase portal ou fases venosas tardias. Reforços periféricos ao redor das lesões também podem ser observados. Novos contrastes hepatobiliares aumentam a sensibilidade da RNM e novos equipamentos 3T detectam melhor lesões menores que 2 cm em relação aos sistemas 2T.

PET TC detecta células tumorais metabolicamente ativas, fornecendo um mapa de metabolismo de glicose no corpo inteiro. É rotineiramente utilizado na avaliação de pacientes com neoplasias, demonstrando altas sensibilidade e especificidade na detecção de metástases hepáticas. PET TC é superior a TC e RNM na detecção de metástases extra-hepáticas, recidiva local ou diagnóstico de lesões hepáticas não definidas. A utilização de contraste na fase TC do PET TC melhora a detecção de metástases hepáticas de câncer colorretal. Entretanto, PET é menos eficiente no diagnóstico de pequenos nódulos pulmonares ou na detecção de recidiva intra-hepática especialmente em pacientes submetidos a quimioterapia.

Comparando os prós e contras de cada método, duas meta-análises recentes sugerem a RNM como método mais eficaz para detecção de metástases hepáticas de câncer colorretal.

As sensibilidade e especificidade de cada método, em revisão de 25 estudos revisados, foram respectivamente n:

US – 63%, e 97,6%,

TC – 74,8% e 95,6%

RNM – 81,1% e 97,2%

PET – 93,8% e 98,7%

Outro estudo reunindo 39 publicações, observou as sensibilidades por lesões:

TC – 74,4%

RNM – 80,3%

PET – 81,4%

Para lesões menores que 10 mm a sensibilidade da RNM é maior que da TC., não havendo diferença de sensibilidade entre estes dois métodos para lesões maiores que 10 mm.

A utilização de contrastes hepatobiliares tornam a RNM ainda mais sensível que o PET, especialmente em lesões menores que 10 mm.

RNM é também mais sensível que a TC para detecção de lesões menores que 10 mm em pacientes com esteatose hepática ou submetidos a quimioterapia.

PET é mais útil para detecção de metástases extra-hepáticas e recidiva local mas é menos eficaz em pequenos nódulos pulmonares ou metástases hepáticas menores que 10 mm.

IHPBA 2013.